23 fevereiro 2008

Aveiro: Municípios da Ria dispostos a criar "companhia" das águas

Aveiro, 22 Fev (Lusa) - Os onze concelhos que integram a Associação de Municípios da Ria (AMRia), liderada por Ribau Esteves, discutem segunda-feira a possibilidade de criar uma empresa para explorar as redes de água, de forma integrada.

É a alternativa a uma proposta da AdP-Águas de Portugal, que prevê a exploração integrada dos sistemas de água e saneamento, em alta e em baixa, para toda a região Centro, que não entusiasma os autarcas do Baixo Vouga.
A integração das redes é assumida como um percurso inevitável para os municípios, quer por indicação do Plano Estratégico para as Águas e Águas Residuais, definido pelo Governo, quer porque o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) condiciona o financiamento europeu a investimentos intermunicipais, aparecendo as autarquias, isoladas, na cauda dos critérios.
No entanto, por considerarem as condições pouco atractivas para os seus municípios, os autarcas da Ria decidiram abrir concurso para o estudo do modelo de integração dos próprios sistemas, cujas propostas são conhecidas segunda-feira.
Aveiro é uma das câmaras com bastantes reservas à proposta das Águas de Portugal, explicadas à Lusa pelo vereador Pedro Ferreira, da administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS).
"As infra-estruturas dos SMAS têm um valor superior a 50 milhões de euros, mas a AdP quer pagar apenas 10 milhões porque desconta o valor dos fundos comunitários (70 por cento), quando não foram eles que deram o financiamento, além de deduzirem o que já foi amortizado (cinco milhões)", disse o autarca.
"No entanto, quando quiserem entregar a privados vão fazê-lo pelo valor do negócio, ou seja, no caso de Aveiro o valor de mercado será de 36 milhões de euros", acrescentou.
Pelos cálculos de Pedro Ferreira, Aveiro tem cerca de 37 mil contadores, "que, à taxa actual, dão, cada um, um lucro de mil euros em 50 anos", concluindo que "é nessa base que deve ser encontrado o valor do negócio".
"Para isso, fazemos nós, seja para concessionar ou para vender, porque não temos de subsidiar nas tarifas o preço de municípios do interior que têm a água mais cara e controlamos nós o processo sem ingerências da AdP", afirmou.
Pedro Ferreira entende que a proposta das Águas de Portugal não interessa, em especial para municípios que já têm as infra-estruturas, como é o caso de Aveiro, com uma cobertura de saneamento de 99,5 por cento, ou de Ílhavo, com cerca de 70 por cento, podendo, quando muito, ter interesse para Vagos, que só tem dez por cento da rede feita.
Se é assim no saneamento, por maioria de razão o argumento é válido para a distribuição de água, porque a maior parte dos municípios já tem infra-estruturas capazes.
"Em Aveiro, a água dá lucro, enquanto o saneamento e os resíduos sólidos urbanos dão prejuízo, pelo que o lucro da água tem de cobrir os prejuízos dos outros", assume Pedro Ferreira, embora reconhecendo ser necessário outro modelo de gestão, porque, isolados, os serviços municipalizados e câmaras têm constrangimentos.
No seio dos representantes na AMRia são admitidas três soluções, além da proposta da AdP.
Uma das possibilidades é criar uma empresa intermunicipal para explorar as redes de distribuição em alta e em baixa, em que as infra-estruturas continuam a pertencer aos municípios.
Pedro Ferreira exemplificou como seria arquitectada essa alternativa: "No caso de Aveiro, que já tem as infra-estruturas, a empresa pagaria ao município os 36 milhões, enquanto no caso de Águeda, que tem ainda o investimento a fazer e representa um negócio de 16 milhões, a autarquia obteria por essa via 70 por cento de financiamento dos fundos comunitários e, como o investimento da Câmara seria de seis milhões, receberia 10 milhões de euros".
Uma variante desta solução, é associarem-se a um parceiro privado com conhecimento do negócio e a terceira hipótese é ser a empresa a constituir pelos 11 municípios a concessionar a exploração a um privado.
"As soluções intermunicipais são o futuro, porque não temos a dimensão de Lisboa e faz todo o sentido repensar a distribuição em baixa ao nível da bacia hidrográfica, até porque a água vem toda do mesmo sítio e não se compreende que as tarifas sejam diferentes", disse.
"Estão a ser feitos estudos sobre essas três possibilidades e depois iremos comparar com o modelo proposto pelas Águas de Portugal e decidir", explicou.
A AMRia integra os municípios de Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mira, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos.

Com a devida vénia, da Lusa

22 fevereiro 2008

Ecopista na linha do Vale do Vouga

A REFER e as autarquias por ela atravessadas vão transformar a antiga linha de caminho-de-ferro do Vale do Vouga numa ecopista. O objectivo é ligar Viseu a Sernada do Vouga.

O director do património da REFER – Rede Ferroviária Nacional, E. P., José Manuel Teixeira, reuniu-se em Oliveira de Frades com autarcas dos concelhos atravessados pela antiga linha ferroviária do Vale do Vouga. Em cima da mesa, esteve o projecto de criação de uma ecopista, que aproveite o corredor por onde passava o caminho-de-ferro. Para a Rede Ferroviária Nacional, a adaptação dos corredores ferroviárias em ecopistas “é hoje ponto assente, à semelhança do que é feito em países como os Estados Unidos, França, Inglaterra e Espanha, criando-se rotas de passeio não motorizado, de lazer, de desporto e de contacto com a natureza”.


Depois de numa primeira fase, a REFER ter avançado com um estudo paisagístico, são agora chamadas as autarquias para a elaboração de um estudo de execução. Para José Manuel Teixeira, este projectos têm interesse para as populações locais e não só, pois sabe-se que “há no turismo nacional e estrangeiro, um grande mercado com apetência para desfrutar deste tipo de estruturas, e simultaneamente tomar contacto com as realidades locais desde a gastronomia, património e paisagem”.


Neste encontro, começou a ser definida uma estrutura “que permita encontrar as melhores formas no sentido de elaborar o projecto, que depois vai ser candidato ao QREN – Quadro de Referencia Estratégico Nacional, de modo a dispor-se de alavanca financeira que permita a sua concretização”, referiu José Manuel Teixeira. As ecopistas vão ser consideradas “percursos dentro do domínio público ferroviário”, já que o canal onde passava a linha de caminho-de-ferro continua a ser propriedade da REFER. A conservação, exploração e promoção dos percursos será entregue a uma entidade a ser criada pelas câmaras municipais.


Os representantes das sete autarquias, Viseu, São Pedro do Sul, Vouzela, Oliveira de Frades, Sever do Vouga, Águeda e Albergaria-a-Velha, saíram do encontro confiantes no avanço do projecto. Segundo Luís Vasconcelos, presidente da câmara de Oliveira de Frades, “ficou já decido avançar com o projecto”.


A responsabilidade da respectiva concretização e posterior candidatura ao QREN ficou entregue às associações de municípios Dão/Lafões e Baixo Vouga. O objectivo referiu o autarca, “é termos, num futuro próximo, uma ecopista desde Viseu a Sernada do Vouga”.


A REFER e as câmaras de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão estão também avançar com um projecto idêntico para o ramal do Dão. No concelho de Viseu, parte do antigo corredor da linha de caminho-de-ferro já foi transformada numa ecopista.


Com a devida vénia, do diário "As Beiras"

Lampreia: Iguaria factura 5,2 milhões

Todos os anos são mais de dois mil os pescadores portugueses que abastecem os 250 restaurantes especializados em fazer pratos com lampreia. A crise afecta a procura da iguaria mas há quem faça 400 quilómetros para a degustar.
Para os pescadores a lampreia é um sempre bem-vindo subsídio de férias, mas para muitos restaurantes que a confeccionam e servem é como encontrar ouro no rio. As mais de 50 mil lampreias que os portugueses consomem entre meados de Janeiro e finais de Abril rendem cerca de 5,2 milhões de euros.
O bolo é repartido de forma desigual: 1,1 milhões de euros para os pescadores (a 20 euros por lampreia) e 4,1 milhões de euros para os restaurantes (75 euros cada). Não pode esquecer-se que são os restaurantes que pagam aos pescadores, pelo que, à facturação de 4,1 milhões de euros, há que deduzir o custo do ciclóstomo, resultando para os empresários um ganho global de três milhões de euros.
Como, segundo as últimas estimativas, haverá nos vales do Minho, Lima, Cavado, Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana mais de dois mil pescadores de lampreia e, um pouco por todo o País, cerca de 250 restaurantes a confeccionam, conclui-se que, em média e por época, cada pescador embolsa 550 euros e cada restaurante factura 16 500 euros e encaixa uns 12 mil. É claro que para atingir estes valores um pescador tem de apanhar pelo menos 30 lampreias por safra e o restaurante servir 220. Uns ficam muito aquém, mas outros conseguem o dobro.
Este ano as coisas nem estão a correr mal. Sobretudo para a pesca. Apesar de os rios não levarem muita água, a chuva de Novembro e Dezembro garantiu um caudal aceitável, que permite a subida sem sobressaltos para a desova.
No nosso país, com destaque para algumas zonas ribeirinhas, como é o caso de Monção, Ponte de Lima, Esposende, Entre-os-Rios, Sever do Vouga, Figueira da Foz, Tomar, Constância, Mação, Santarém ou Vila Real de Santo António, mais de 250 restaurantes têm nos pratos confeccionados com lampreia uma das suas mais importantes fontes de receitas.
Com a devida vénia, do Correio da Manhã

15 fevereiro 2008

Saúde em Sever do Vouga partilhada com Águeda, Oliveira do Bairro e Anadia

Sever do Vouga vai integrar o futuro Agrupamento de Centros de Saúde (ACS) que abrange, além deste concelho, Águeda, Oliveira do Bairro e Anadia.

Os ACS deverão ser constituídos até ao final deste ano. Na área da Sub-Região de Aveiro serão criados três. Além do referido será formado outro por Aveiro, Ílhavo e Vagos e o terceiro por Ovar, Murtosa, Estarreja e Albergaria-a-Velha.

13 fevereiro 2008

Incêndio em Dornelas circunscrito

13.02.2008 - 20h38 Lusa
O incêndio florestal que deflagrou hoje às 15h10 na freguesia de Dornelas, concelho de Sever do Vouga, foi circunscrito às 19h52, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Apesar da anunciada baixa de temperaturas para hoje, e de ser uma situação anormal para a época do ano, o incêndio esteve activo durante quase cinco horas, com duas frentes.No local, um eucaliptal, estiveram 103 homens e 29 veículos de onze corporações de bombeiros.O presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga e o vereador da Protecção Civil acorreram também ao local para assistirem ao desenrolar das operações. Já o governador Civil de Aveiro esteve no Comando Distrital de Operações de Socorro.


Com a devida vénia, do Público

10 fevereiro 2008

Sever do Vouga: Trabalhadores acreditam na reactivação da Metalicis

Cerca de 40 trabalhadores da metalomecânica Metalicis, de Sever do Vouga, foram confrontados com o fecho da empresa. Para este encerramento, parece não haver outra razão a não ser os motivos de saúde invocados pela administradora. Os trabalhadores querem manter a empresa a laborar mas se não o conseguirem serão absorvidos pela indústria da zona.

O grupo de cerca de 40 trabalhadores da Metalicis, de Sever do Vouga, que encerrou na passada segunda-feira, optou por aguardar, pelo menos até segunda-feira, até ter conhecimento do resultado das iniciativas em desenvolvimento para tentar encontrar uma solução. Enquanto isso, decidiram entregar uma providência cautelar no Tribunal de Aveiro, também na próxima segunda-feira, no sentido de travar o encerramento da empresa, na qual chamam a atenção para os prejuízos, que podem atingir os 100 mil euros, pela falta de cumprimento dos prazos de entrega de encomendas. Segundo apurou o Diário de Aveiro, os trabalhadores estão na disposição de manter a produção, embora Augusto Cardoso, dirigente do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia, reconheça que «não se pode fazer nada, tudo depende da administradora da empresa». A Metalicis cede a mão de obra para a produção de cisternas para a empresa A. Silva Matos, que é proprietária das instalações, equipamentos e materiais. Quando tinha trabalhos em curso, os trabalhadores foram confrontados com o encerramento inesperado. Num comunicado aos trabalhadores, a administração da Metalacis – Cisternas de Portugal, anuncia a suspensão «provisória da actividade até que a Assembleia de Credores decida qual o seu futuro». A administração diz no comunicado que a suspensão se deve a «razões que foram transmitidas a todos os senhores trabalhadores». Ontem, o Diário de Aveiro não conseguiu contactar a administração, Ana Castro e Dalila Castro, mas as razões evocadas apontavam para questões de saúde de Ana Castro, já que Dalila Castro se encontrava afastada da gestão diária da empresa. Segundo transmitiu o dirigente sindical, os trabalhadores irão aguardar por diligências que envolverão a A. Silva Matos, o Tribunal e a Câmara de Sever do Vouga. O líder da autarquia, Manuel Soares, não adiantou qualquer comentário ao assunto, apenas confirmando que está empenhado em «ajudar a resolver» esta questão. De qualquer forma, segundo o comunicado aos funcionários, a administração informa que os trabalhadores «poderão, se assim o entenderem, suspender os contratos e solicitar o pagamento das prestações de desemprego a que têm direito». Também comunica que a empresa não poderá pagar «a retribuição de Fevereiro na data do seu vencimento ou sequer nos 15 dias subsequentes». No meio desta questão, o que costuma ser normal não está a acontecer com os trabalhadores desta empresa. Não haverá um cenário de desemprego devido ao encerramento da empresa, uma vez que a indústria da zona poderá absorver a mão-de-obra que a Metalicis geria. Anteontem, junto à empresa, uma outra unidade industrial do sector afixava cartazes a pedir trabalhadores para a área dos que tinham acabado de ver fechar a porta.


Com a devida vénia, do Diário de Aveiro

08 fevereiro 2008

Metalicis fechou portas

O jornal Beira Vouga noticiava em 14 de Dezembro de 2007 que "as empresas A. Silva Matos – Equipamentos de Transportes, SA e a Metalicis – Cisternas de Portugal SA estabeleceram um consórcio interno que visa dar uma resposta altamente competitiva no mercado internacional que procura equipamentos de transporte para produtos perigosos, assim como trazer um impulso significativo relativamente às opções disponíveis no mercado nacional destes equipamentos”.
Entretanto, soube Verde Vouga, a Metalicis encerrou portas a 6 de Fevereiro de 2008 e os trabalhadores aguardam com expectativa a possibilidade do grupo A. Silva Matos vir a ocupar o espaço que outrora pertenceu à Metalovouga e a integrá-los no grupo empresarial com sede em Sever do Vouga.

07 fevereiro 2008

Optimismo na construção da Barragem de Ribeiradio/Couto de Esteves

"Em que ano será lançada a primeira pedra da Barragem de Ribeiradio/Couto de Esteves?". Esta foi a pergunta que o Verde Vouga lançou no ar. O optimismo parece reinar entre os navegadores do Blog.
Cerca de 33% considera que a barragem começará a ser construída ainda durante este ano (2008) e 25% apontam para 2009 o ano do arranque da obra a cargo do consórcio Martifer/EDP.
Mais pessimistas estão 25% dos que votaram nesta sondagem, considerando que a barragem que ligará as duas margens do Vouga, entre Couto de Esteves e Ribeiradio jamais irá ser construída. 16% acreditam que será construída mas só depois de 2010.